Genealogia Sobralense
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O estudo que estamos realizando, surge de uma necessidade de se dar continuidade aos trabalhos anteriores desenvolvidos por outros sobralenses que dedicaram parte de suas vidas à história de nossa colonização.

Inicialmente, pretendíamos apenas escrever sobre a família ARRUDA no Estado do Ceará mas, à medida que adentrávamos no emaranhado de informações, sentimo-nos responsáveis ou cúmplices de poder e não fazer, o que deveria ser feito.

Algumas vezes pensei em abandonar esta árdua tarefa, mas diante deste rico manancial de informações que se encontram disponíveis no Arquivo Público de Sobral, achei-me na responsabilidade de assim assumir esse compromisso. Era como fechar os olhos para o implacável tempo avassalador, ver o estado daqueles documentos a desfazer-se em nossas mãos sentir que outros estudiosos não iriam ter a mesma oportunidade de folheá-los, e muito menos às pessoas nonagenárias com quem estive conversando. Diante destes fatos, sensibilizei-me, pois amanhã seria tarde para alguém percorrer os mesmos caminhos. Com este sentimento, estamos escrevendo a GENEALOGIA SOBRALENSE, uma coletânea sobre as principais famílias da Ribeira do Aracajú, e, como não poderia deixar de ser, comecei pela minha OS ARRUDAS (VOL. III) e posteriormente OS GOMES PARENTE (VOL.II) e agora, entrego à Comunidade Sobralense e a todos os estudiosos sobre assunto, OS FERREIRA DA PONTE (VOL.IV), talvez, estejam perguntando sobre o volume I da coletânea. Este está sendo reservado para contarmos sobre o ROTEIROS DAS SETE IRMÃS, início de nossa história genealógica, e fonte das principais famílias da Ribeira do Aracajú, berço de grandes vultos da história política do Brasil.

A genealogia nos empolga e nos faz mergulhar no passado, como quebra cabeça, nos distrai na busca incansável dos dados que nos faltam para desfecho e plenitude do trabalho. Pretendo ainda atualizar a genealogia da FAMÍLIA LINHARES, escrita por meu parente o poeta e historiador, Mário Linhares, bem como OS FROTAS, do Pe. Gentil da Frota. Caso o destino não me favoreça esta ventura, faço aqui um apelo aos genealogistas do futuro que o faça e ampliem estes conhecimentos, pois necessitamos fundamentar nossa vida na coragem e determinação dos nossos antepassados legado maior que deixaram para o porvir.

Não tenho a pretensão de ir buscar em nossos antepassados a nobreza heráldica, embora haja fidalguia nos modos vivendis de algumas famílias Ribeirinhas. A Fina educação fundamentada no berço de algumas famílias, é mais uma das fortes características desta gente que soube preservar valores dos bravos colonizadores que aqui aportaram. Mas, temos sã consciência, que em nosso sangue também corre a resistência dos nativos, do caboclo, e muito vivamente do português sefardita que buscara em nossa Ribeira a água e o calor abrasador da região.

Mais uma vez, ressalvamos que este este estudo está sendo possível graças ao laborioso trabalho daqueles que nos antecederam, e primordialmente o trabalho do historiador sobralense Cônego Sadoc de Araújo, que vem escrevendo a CRONOLOGIA SOBRALENSE, já no seu quinto volume, e motivando a todos que se vêm dedicando a este ramo antropológico da história da Ribeiro do Aracajú, a continuar pesquisando mesmo diante dos percalços que normalmente costumam surgir no labor deste estudo.

Assim, como as outras famílias da região OS FERREIRA DA PONTE, tem origem lusitana, provavelmente miscigenada com o sangue judaico, com quase toda população portuguesa, principalmente aqueles que buscaram refúgio em outras plagas. Muitas das vezes fugindo da inquisição do Santo Ofício. Sabe-se que o povo judaico convivia com os portugueses desde a fundação de Portugal e intensificando-se após a perseguição realizada pela Inquisição da Espanha em meados do século XV. Acolhidos pelo rei D. Afonso V de Portugal e acatados por todos os lusitâneos. Portugueses e Judeus conviveram amigavelmente por várias décadas, até o estabelecimento do Santo Ofício em Portugal, razão por que os que não concordavam em aceitar a religião cristã, fugiam para as ilhas do arquipélago do Açores e outro países. Daí a dificuldade de uma verdadeira separação de sangue, quando se trata de origem luso-espanhola.

O Patriarca, assunto deste livro, Cap. GONÇALO FERREIRA DA PONTE, segundo o Cônego Sadoc de Araújo, nascera na freguesia da Boa Vista do Recife, no ano de 1679, filho de Cosme de Freitas Pereira e de Joana de Barros Rego Coutinho. O motivo que levou Gonçalo a emigrar do Recife para o Ceará não é bem conhecido. O genealogista Soares Bulcão, conforme anotação manuscrita deixada em caderno guardado no arquivos do Instituto Histórico do Ceará, supõe que o motivo foi acompanhar o seu filho padre José para a Missão Velha, vindo depois para o Vale do Acaraú. Outra razão alegada é que veio diretamente para este Vale, quando recebeu a alegre notícia de que seu primogênito Francisco havia deixado Minas e já se encontrava, na companhia de dois filhos bastardos, na região do rio Acaraú. Ambas as hipóteses são prováveis, e talvez, simultâneas.

No Vale do Acaraú, este grande patriarca, prosperou economicamente, chegando ao posto de coronel de milícias e fixou residência no sítio Santa Úrsula, sobra a serra da Meruoca, imediações da chácara do cunhado José de Xerez Uchoa. Aí, Faleceu a 23 de junho de 1762, aos 65 anos de idade, deixando como legado maior esta grande e conceituada família, que vem prosperando em todas as atividades sócio-política em todo País.

Gostaríamos, no entanto de lembrar as palavras do padre Sadoc, na sua apresentação: "Não há livro de genealogia que seja perfeito e completo, pois aborda matéria inesgotável e sempre sujeita a novos enriquecimentos. Rastam sempre vazios a preencher com os resultados de pesquisas posteriores. Neste assunto, quem desejar obra acabada, nunca conseguirá fazê-lo. Estudo genealógico é trabalho de muitas gerações".

Neste sentido, quero ressaltar que este trabalho é um projeto a ser aperfeiçoado através do tempo. A família poderá muito contribuir pela atualização e correção de falhas. Somos sempre gratos àqueles que assim o fazem. É humanamente impossível, dentro do espaço de tempo em que nos propomos a escrever esta genealogia, entrar em contato com todos os membros de uma família, portanto, restando-nos pedir nossas desculpas pelas falhas e incorreções que porventura venham ocorrer ao longo deste trabalho.

Aproveitar este lançamento para agradecer a todos que vêm entendendo nosso ideal de tentar colaborar com a história através da genealogia, bem como de poder ampliar os laços familiares e o amor por nossa Terra e nossa Gente.







No momento não existe dados no banco de dados sobre essa família.